Boletim de Redes e Desinformação

Publicado no Viomundo

O bolsonarismo usou e abusou da religião para fazer a mobilização para os atos de 7 de setembro. O monitoramento feito no Facebook identificou ao menos dois tipos de conteúdos que mais produziram interações em torno da data:

  1. Ênfase à importância da mobilização cívica da data para demonstrar a força social de Jair Bolsonaro e denunciar a teoria conspiratória de que ele é perseguido pela imprensa e pelo Poder Judiciário – STF e TSE.
  2. Uma interpretação do passado do país a partir do culto e da valorização da exploração colonial cristã portuguesa no Brasil

Esses dois motes estiveram presentes de maneira expressiva nos videos e textos convocando para o ato.

Sobre a importância da mobilização cívica, as publicações que se sobressaíram, em termos de engajamento, foram de contas de figuras políticas do bolsonarismo, com destaque para a deputada federal Carla Zambelli e o próprio Jair Bolsonaro.

A publicação de mais destaque da deputada, publicada em 6 de agosto, trata a mobilização como uma demonstração de força de Bolsonaro contra ministros do STF.

Em relação à ideia de uma valorização da colonização cristã, as publicações com maior engajamento foram de contas que já tinham um histórico de publicações dedicadas ao tema da religião

Engajamentos no Twitter

Lula postou menos, mas engajou 38% a mais por postagem no twitter na semana do 7 de setembro.

Bolsonaro aumentou o ritmo de publicações e teve crescimento de 8,5% de engajamento total – na reta final da campanha, isso deve se intensificar.

O post mais bem-sucedido de Bolsonaro foi o que ele critica Lula por tê-lo comparado ao movimento extremista Ku Klux Klan, com um total de 121.695 interações.

Em relação a Lula, a postagem dele ressaltando o reencontro com Marina Silva para discutir propostas para o meio ambiente teve uma boa repercussão, gerando gerou 106 mil interações.